Medite

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O DISCÍPULO E O SEU CHAMADO

O DISCÍPULO E O SEU CHAMADO
A resposta do discípulo não é uma confissão oral de fé em Jesus, mas sim um ato de obediência. Mas como é esta seqüência imediata de chamado e obediência? O chamado ao discipulado é comprometimento exclusivo com a pessoa de Jesus Cristo. É a subversão de todos os legalismos mediante a graça daquele que chama. É o chamado da graça, mandamento gracioso. O discipulado sem Jesus Cristo é a escolha pessoal de um caminho talvez ideal, um caminho, quem sabe, de martírio, mas não encerra promessa. Notemos o texto de Lucas 9:

Indo eles caminho fora, alguém lhe disse: Seguir-te-ei para onde quer que fores. Mas Jesus lhe respondeu: As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. A outro disse Jesus: Segue-me! Ele, porém, respondeu: Permite-me ir primeiro sepultar meu pai. Mas Jesus insistiu: Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos. Tu, porém, vai e prega o reino de Deus. Outro lhe disse: Seguir-te-ei, Senhor; mas deixa-me primeiro despedir-me dos de casa. Mas Jesus lhe replicou: Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus.(Lc 9.57-62).


O primeiro oferece-se ele próprio para seguir a Jesus; não foi chamado, e a resposta de Jesus chama a atenção do entusiasmado homem para o fato de que este não sabe o que faz. É esse o sentido da resposta na qual a vida com Jesus é mostrada aquele discípulo em toda a sua realidade. Quem esta falando é aquele que esta a caminho da cruz. Isso ninguém pode escolher por escolha própria. Ninguém pode chamar-se a si próprio, diz Jesus, e com isso suas palavras ficam sem resposta.
O segundo quer enterrar seu pai antes de seguir a Jesus. É a lei que o prende. Ele sabe perfeitamente o que quer e o que lhe cabe fazer. Primeiro é necessário cumprir a lei, depois seguirá o Mestre. Interpõe-se aqui, entre a chamada e Jesus, um mandamento claro da lei. A isso se contrapõe poderosamente o chamado de Jesus, e, portanto, sob hipótese alguma, algo deve interpor-se entre Jesus e a pessoa chamada, nem que seja o que há de maior e mais sagrado – nem que seja a lei. Agora por amor de Jesus, a lei que se pretendia interpor tem que ser quebrada, pois, entre Jesus e aquele a quem ele chamou, ela já não possui quaisquer direitos. Assim, Jesus opõe-se aqui à lei e ordena o discipulado. Só Cristo pode falar assim; é a sua última palavra; ninguém pode opor-se. Essa graça, este chamado são irresistíveis.
O terceiro compreende o discipulado como o primeiro também o compreendia. Mas ao contrário do primeiro, porém, julga justo que, por seu turno, imponha condições. Assim procedendo, cai em total contradição. Quer ajuntar-se a Jesus e, ao mesmo tempo, interpõe algo entre si e o Mestre: “Deixa-me primeiro...” quer segui-lo, mas quer ele mesmo, impor as condições do discipulado. O discipulado é para ele, uma possibilidade de cuja realização faz parte o cumprimento de condições e exigências prévias. Assim o discipulado transforma-se em algo humanamente acessível e compreensível. Transforma-se em programa de vida que eu faço de acordo com o meu critério e posso justificar à luz da razão e da ética. Este não somente entra em contradição com Jesus, mas também consigo mesmo. Não quer o que Jesus quer, e também não quer o que ele próprio quer. Julga-se a si próprio, desentende-se consigo mesmo, e isso apenas ao dizer: “Deixa-me primeiro...”. A resposta de Jesus confirma figurativamente este conflito íntimo que exclui o discipulado: “Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para traz, é apto para o reino de Deus”.
Mas agora vejamos o texto de Marcos 2:

De novo, saiu Jesus para junto do mar, e toda a multidão vinha ao seu encontro, e ele os ensinava. Quando ia passando, viu a Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu. (Mc 2.13,14).


Ser discípulo significa dar determinados passos. Já o primeiro passo que se segue ao chamado separa o discípulo de sua existência anterior. Assim, o chamado ao discipulado cria imediatamente uma nova situação. Permanecer na situação antiga e ser discípulo é impossível. Isto é bem visível em relação ao publicano. O publicano teve que abandonar a coletoria. Tal homem, larga tudo quanto tem, não para fazer algo que tenha valor especial, mas simplesmente por causa daquele chamado, porque, de outro modo não pode seguir os passos de Jesus. Uma vez chamada para fora, a pessoa tem que abandonar a existência anterior. O que é velho fica para traz, totalmente abandonado.
O verdadeiro discípulo é arrancado de sua relativa segurança de vida e lançado à incerteza completa (mas na verdade, para a absoluta segurança e proteção da comunhão com Jesus); de uma situação previsível e calculável (mas na verdade, de uma situação totalmente imprevisível) para dentro do imprevisível e fortuito ( mas na verdade, para dentro do único que é necessário e previsível); do domínio das possibilidades finitas (mas na verdade, das possibilidades infinitas); para o domínio das possibilidades infinitas (mas na verdade, para a única realidade libertadora). Por Jesus ser o único conteúdo, não pode haver qualquer outro. Ao lado de Jesus não há mais quaisquer outros conteúdos neste caso, pois ele próprio é o único conteúdo.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Ser discípulo significa:

Ter fé na mensagem de Cristo. Fé na mensagem da salvação não representa apenas assentimento em termos de sua veracidade. Ter fé na mensagem da cruz significa comprometimento com suas reivindicações, implicações e exigências. Ademais, os desafios da vida cristã vão exigir do discípulo uma atitude de firmeza e confiança inabalável nas promessas do Senhor contidas em Sua Palavra. O sucesso do discípulo na missão de ser como seu Mestre será sempre proporcional à medida de sua fé na mensagem que ouviu e creu.
Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galiléia e manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele. (João 2.11).

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